#2 Anita Santos Chaves



Desde que entrevistei a Mãe ao Cubo e que falamos um pouco sobre o babywearing que fiquei com o bichinho e depois de uma amiga me ter "emprestado" um wrap, decidi investigar mais sobre o assunto.
Desde de pesquisa na Internet, leituras sobre o tema noutros blogs de maternidades e até grupos no facebook, encontrei várias pessoas que acredito que me irão ajudar neste tema. 

Funtastic Mom: Quem é a Anita Santos Chaves?
Anita Santos Chaves (ASC): A Anita Santos Chaves é antes de mais mãe da Eva que tem 9 anos, e dos gémeos Guilherme com 14 meses e Rafael que após 8 dias a lutar pela vida se tornou uma estrelinha. Digo que sou mãe acima de tudo pois a maternidade para mim sempre foi algo que fez todo o sentido e ser mãe para mim é a base de tudo sem dúvida.
Sou uma mulher lutadora, que nunca desistiu dos seus sonhos e nunca cedeu perante os dissabores da vida. Adoro desafios, e para mim o meu maior desafio sou sem dúvida eu própria, gosto de me superar e entrego-me de corpo em alma em tudo o que faço. Esposa de um homem maravilhoso, mestre de reiki,que me acompanha, caminhando do meu lado e apoiando em todas as decisões. Vivemos em amor e tentamos transmitir esse amor a todas as pessoas com que nos cruzamos ao longo da vida e por isso  mesmo parte do meu trabalho consiste em voluntariado e eventos solidários =)


Funtastic Mom: Como é que o babywearing chegou à tua vida?
ASC:  Eu conheci o babywearing quando em Abril de 2016 recebi a maravilhosa notícia de que estava grávida de gémeos,  o nosso prédio tem uma escadaria enorme e eu precisava de encontrar uma solução que me permitisse sair de casa com ambos os bebés  Comecei a pesquisar em grupos de babywearing e quanto mais me informava mais rendida ficava =) 
 Tive os meus meninos prematuros, de 36 semanas. Na maternidade tive conhecimento do método canguru (A posição canguru consiste em manter o recém-nascido de baixo peso ligeiramente vestido, na posição vertical, contra o peito do pai ou da mãe, proporcionado o contacto pele-a-pele), que tinha imensos benefícios para prematuros e recém nascidos de baixo peso e comecei a carregar o Guilherme desta forma, infelizmente o Rafael estava nos cuidados intensivos da neonatologia e eu não podia pegar nele.
Passado 8 dias após o parto, o Rafael não sobreviveu e foi após perder o meu filho que decidi que queria ajudar outros pais a carregar os seus bebés, queria que percebessem o quão benéfico é para pais e bebé. Quando comecei a carregar o Guilherme percebi que babywearing não era apenas carregar os nossos filhos... é amor, é partilha, é cumplicidade, é como se continuássemos grávidas mas com o nosso bebé no peito em vez de estar no útero. Foi após perder o meu filho que decidi que queria ajudar outros pais a carregar os seus bebés, queria que percebessem o quão benéfico é para pais e bebé. 
Cada um lida com o luto à sua maneira, e o babywearing para mim foi uma forma de ocupar a minha cabeça e tentar seguir em frente, foi algo em que me foquei, me refugiei talvez, e sinto que sempre que ajudo outras mães estou a homenagear a memória do meu filho =) <3
Comecei a pesquisar sobre escolas de formação para consultoras de babywearing e após bastante pesquisa optei por me formar pela escola mais conceituada na comunidade de babywearing. A ClauWi ® Trageschule a escola pioneira na formação de consultoras, fundada em 1999 na Alemanha. Decidi fazer a formação pois estava desempregada e tinha essa disponibilidade, não o fiz com o intuito de ser um emprego mas como complemento , sem nunca imaginar que de uma ideia inicial em que daria algumas consultas ao domicilio, resultaria de idas a programas de TV, rádio, convites para parcerias em lojas, convites para palestras, workshops, faço também acompanhamento pré e pós parto num hospital público, um projecto de dança com babywearing com a querida Blaya, entre outros projectos que estou a trabalhar para iniciar neste novo ano =)


Funtastic Mom: Podes falar-nos um pouco sobre o que é o babywearing.
ASC: O Babywearing é uma prática que existe à imenso tempo, já na Ásia os bebés eram carregados em mei tais, em África nos panos.
Surgiu como uma necessidade, as mães precisavam de trabalhar e tinham de levar os filhos com elas, não tinham outra opção a não ser encontrar uma solução para puderem ter os bebés junto a elas mas terem as mãos livres.  Não estamos a falar de trabalhos em escritórios, falamos de trabalho árduo nos campos, os bebés eram colocados desde pequenos nas costas da mãe para que esta pudesse ter total mobilidade dos braços.
O Babywearing é exatamente isso, é podermos dar colo aos nossos filhos e ter as mãos livres para outras tarefas. É poder tê-los sempre junto a nós de forma segura, confortável e ergonómica com o auxilio de um porta bebés.


Funtastic Mom: Quais os artigos recomendados para a "prática" do babywearing? (RS, mochilas, etc...)
ASC: Para a prática do babywearing podemos optar por panos elásticos ou semi elásticos, panos Woven (não elásticos), Ring Sling (sling de argolas), mei tai, mochila ergonómica ou o onbuhimo.

Funtastic Mom: Que cuidados devemos ter na prática do babywearing?
ASC: Existem alguns aspetos que devemos ter em atenção, em primeiro lugar ao vestuário do bebé para a prática de babywearing, dois pontos fundamentais que refiro sempre são a utilização dos babygrows ou calças com pé, podem ser utilizadas desde que sejam tamanhos acima ao que o bebé veste, para que ao colocar o bebé no porta bebé  não magoe os dedinhos dos pés. 
Outro ponto importante é não sobreaquecer o bebé com excesso de roupa dentro do porta bebé, pois este conta como mais uma camada de roupa, além de que o facto de  estarmos em contacto corpo a corpo produz mais calor logo é preferível colocar um agasalho por cima de ambos, conseguindo controlar melhor a temperatura corporal.

Além da questão do vestuário devemos ter em conta a idade, peso, altura do bebé assim como alguma situação que deva ser tomada em consideração, tanto com os pais como com o bebé, como por exemplo : bebé com suspeita de displasia da anca, pais com problemas de coluna, etc Isto para que possamos perceber qual o porta bebés ideal para cada família.

E nunca esquecer que o bebé deve ser sempre carregado na vertical, nunca deitado devido ao risco de asfixia.

Funtastic Mom: Quais são, para os bebés, os benefícios associados ao babywearing? E para as mães?
ASC: O bebé durante a gestação tudo o que conhece é a vida intra-uterina, o babywearing ajuda nessa adaptação do bebé ao mundo exterior e da mãe ao bebé. O bebé no peito da mãe envolto por um porta bebé, ouve o batimento cardíaco  da mãe, sente-se quente e seguro, além de precisar de ser  alimentado, estas são as necessidades básicas que o bebé necessita nas primeiras semanas de vida pós parto.

O Babywearing tem imensos benefícios para ambos: 
- Promove o aleitamento materno e aumento de peso do bebé,
- ajuda na diminuição de cólicas e refluxo,
- transmite segurança e amor (bebés choram menos, dormem mais e melhor),
- ajuda na correção da plagiocefalia postural,
- ajuda na prevenção da displasia da anca,
- ajuda no desenvolvimento da coordenação motora e fortalecimento muscular,
- as mães sofrem menos de depressão pós parto…
Estes são apenas alguns dos benefícios, além da questão da mobilidade em que não estamos limitadas como com um carrinho de bebé. Note-se que não sou extremista, e considero o carrinho de passeio um complemento ao babywearing ( apesar de que após descobrirmos a praticidade do babywearing... arrumamos o carrinho!) =D 




Funtastic Mom: O babywearing é ao associado muitas vezes às mães mas tem existem pais que o fazem. Qual é a sua opinião sobre o assunto?
ASC: Falo por experiência própria, além do meu marido que pratica babywearing desde o nascimento dos nossos filhos, tenho cada vez mais Pais tanto em consultas como em workshops a aderirem a esta técnica e a fazê-lo de forma excelente 😁

Funtastic Mom: Onde podemos comprar artigos de confiança? O que devemos ter em conta na hora da compra? Quais os critérios?
ASC: Acima de tudo muita atenção ás réplicas de mochilas e mei tais e a artigos feitos com materiais que não são adequados. Convém relembrar que o porta bebé vai segurar os nossos filhos a pelo menos 1m do chão, existe a questão da segurança que deve ser tida em conta, desde as fivelas, costuras, argolas, até ao tipo de tecido. Os tecidos utilizados nos porta bebés certificados além de serem testados para aguentarem o peso do bebé, são também isentos de tintas tóxicas, chumbo, etc. Estamos a falar da segurança dos nossos filhos, e muitas vezes o barato sai caro.  
Confirmar sempre se um porta bebés é realmente ergonómico. Para que um porta bebés seja ergonómico deve ter apoio de joelho a joelho ( em vez do bebé ficar com as pernas penduradas e sentado sobre a zona genital),  as perninhas devem ficar em' M' ( as pernas devem estar posicionadas com a elevação e abdução corretas de forma a que os joelhos fiquem mais elevados do que o rabinho, para que o peso incida sobre o rabinho e coxas do bebé) e a coluna em 'C '( respeitar a curvatura natural da coluna do bebé, sem pressionar ou forçar) .
Existem porta bebés para os mais variados valores, sendo desta forma acessível a todas as carteiras.
Existem nos grupos de Babywearing listagens com as lojas de confiança, a maioria é online e podem consultar desde características, valores, etc

 Funtastic Mom: Se quiseremos contactá-te para um consulta, como e onde o devemos fazer?
ASC: Podem contactar-me através da minha página: https://www.facebook.com/AnitaSantosChavesBBW/
E-mail: asofiasantos@live.com.pt
Instagram:  anita_babywearing_educator

Na consulta demonstro os diferentes tipos de porta bebés, os papás experimentam e em conjunto decidimos qual o que se adapta a cada família. 

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